Para que serve a cetamina, droga consumida por Elon Musk
Bilionário ite o uso do medicamento e afirma ter ajudado a sair de "buracos mentais obscuros"
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Siga noElon Musk itiu, nesse sábado (31/5), que fez uso do anestésico cetamina ao rebater publicação do jornal NY Times, que afirma que o bilionário usou além desse remédio, com mais de 60 anos no mercado, ecstasy, cogumelos alucinógenos e outras drogas no ano ado. "Experimentei cetamina 'prescrita' há alguns anos e falei disso no X, então isso nem sequer é notícia. Ajuda a sair de buracos mentais obscuros, mas não a tomei desde então", acrescentou.
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Musk já escreveu na rede social X que acredita que a cetamina ou ketamina seria uma opção melhor que os métodos tradicionais para o tratamento contra a depressão. Desde 2018, o dono da Tesla, da SpaceX e da Neuralink, empresa de implantes cerebrais que iniciou testes em humanos há pouco tempo, vem debatendo sobre saúde mental, mesmo tempo em que teve um dos anos mais difíceis e dolorosos da sua carreira, com 120 horas de trabalho por semana e uso de remédios para dormir.
Apesar de não ter sido confirmado o uso do tratamento pelo empresário mais rico do mundo, a nova abordagem para doenças psicológicas apresenta resultados efetivos, rápidos e satisfatórios, ao ajudar pacientes resistentes aos cuidados convencionais oferecidos pelo mercado a voltarem a aproveitar a vida.
Além de agir contra a depressão, a cetamina melhora o funcionamento cognitivo, ajudando na atenção, concentração e memória de alguns pacientes. Estudos também apontam um possível efeito neuroprotetor, que preserva as células cerebrais e as protege contra danos causados pelo estresse e inflamação, o que pode ter implicações positivas no tratamento de transtornos mentais.
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Cetamina: anestésico com mais de 60 anos
“A cetamina é um anestésico que existe há mais de 60 anos. Foi desenvolvida em 1962 e é considerada extremamente segura. Estudos nos últimos anos têm indicado a substância como um fármaco muito eficiente no tratamento da depressão resistente, quando utilizada em doses muito menores do que para fim anestésico e aplicada sob supervisão médica especializada”, explica Paula Peres, médica e fundadora do Grupo Bello Vero junto ao também médico Douglas Pessanha, que complementa: “O tratamento reverte até 75% dos casos crônicos de depressão, sendo a nova esperança para pacientes que têm suas vidas afetadas e alteradas pela doença. Com a novidade, podemos, realmente, mudar vidas”.
istrado via endovenosa ou nasal
Diferentemente dos antidepressivos tradicionais, que podem levar semanas ou até meses para começarem a demonstrar resultados, a cetamina é istrada por via endovenosa ou nasal - em spray - e sua ação ocorre em questão de horas ou dias.
"Enquanto os tratamentos atuam no sistema nervoso, promovendo a normalização do fluxo de neurotransmissores, a cetamina atua diretamente no glutamato, substância que auxilia no reparo e reconstrução de circuitos cerebrais, aumentando o número de sinapses - ponto de contato entre uma célula e outra -, que são altamente danificadas em um paciente em estado depressivo”, explica Paula.
Em palavras simplificadas, o tratamento produz uma ponte que restabelece a comunicação das áreas cerebrais responsáveis pelo equilíbrio emocional, aprendizagem e memória, que, quando depressivas, apresentam “mau contato” ou são quebradas durante o processo.
"Os resultados podem ser percebidos já na primeira sessão, mas são recomendados, no mínimo, seis sessões, com duas horas de duração cada e intervalo de sete a 10 dias entre elas. Vale ressaltar que o paciente já deve estar em uso de antidepressivos e o tratamento precisa ser encaminhado e acompanhado por um psiquiatra, já que é indicado para aqueles que estão lutando contra depressão grave e que precisam de uma intervenção imediata”, ressalta Douglas. No Brasil, o tratamento com a cetamina já está disponível.