Anvisa aprova novo remédio para tratamento de Alzheimer sintomático inicial
Medicamento é o primeiro e único tratamento modificador de doença aprovado no Brasil
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Siga noA Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o donanemabe, da Eli Lilly do Brasil, tratamento para adultos com doença de Alzheimer sintomática inicial, que inclui pacientes com comprometimento cognitivo leve ou em estágio leve de demência, com confirmação de patologia amiloide.
Nos estudos, pacientes com doença menos avançada apresentaram os melhores resultados com donanemabe em comparação com o placebo. Os participantes do estudo foram analisados ao longo de 18 meses em dois grupos: aqueles com menores níveis de proteína tau, indicando um estágio de doença mais precoce, e a população em geral.
O tratamento com donanemabe retardou significativamente o declínio clínico em ambos: 35% nos pacientes com a doença menos avançada e 22% na população geral, ambos em comparação com placebo na Escala Integrada de Avaliação da Doença de Alzheimer, que mede memória, pensamento e funcionamento diário.
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Entre os dois grupos analisados, os participantes tratados com donanemabe apresentaram um risco até 39% menor de progredir para o próximo estágio clínico da doença do que aqueles que receberam placebo. Entre a população geral de participantes, donanemabe promoveu a remoção das placas amiloides a níveis considerados negativos em 30% dos pacientes aos 6 meses, 66% aos 12 meses e 76% aos 18 meses.
“A aprovação do donanemabe pela Anvisa marca um avanço importante no tratamento do Alzheimer, ao oferecer uma terapia que pode desacelerar o declínio cognitivo em estágios iniciais da doença. Seu efeito se dá pela remoção de placas de proteína amiloide no cérebro, oferecendo não apenas mais tempo, mas também qualidade de vida ao paciente”, diz o neurocirurgião especialista em cirurgias minimamente invasivas com experiência em doenças do cérebro, crânio e coluna, João Vitor Lima.
Donanemabe é um medicamento injetável, istrado uma vez por mês, e o primeiro e único tratamento aprovado no Brasil direcionado à placa amiloide, com evidências que apoiam a interrupção da terapia quando as placas são removidas, oferecendo previsibilidade ao paciente, profissional de saúde e ao sistema de saúde.
“Estamos vivendo um momento único na história da neurociência. Depois de mais de 35 anos de pesquisa da Lilly, finalmente temos o primeiro tratamento que modifica a história natural da doença de Alzheimer aprovado no Brasil. Claro, esse é um marco para nós como companhia e para a ciência, mas principalmente para as pessoas que vivem com a doença de Alzheimer e seus familiares, que há anos buscam por mais esperança. Essa é nossa missão, transformar vidas”, afirma o diretor médico sênior da Lilly do Brasil, Luiz Magno.
A doença de Alzheimer representa até 70% dos quadros demenciais. De acordo com associação Alzheimer’s Disease International (ADI), a demência custa US$ 1,3 trilhões para a economia mundial e atinge uma população estimada em 55 milhões de pessoas globalmente, com uma estimativa de chegar a 139 milhões até 2050, com um novo caso a cada três segundos, crescendo principalmente em países de baixa e média renda.
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A doença de Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo progressivo que se manifesta por deterioração cognitiva e da memória, comprometimento nas atividades de vida diária e uma variedade de sintomas neuropsiquiátricos e alterações comportamentais.
A condição se instala quando o processamento de certas proteínas no sistema nervoso central a a funcionar de forma inadequada. Fragmentos tóxicos de proteína amiloide e tau se acumulam entre e dentro dos neurônios, respectivamente, resultando na perda progressiva dessas células, especialmente em regiões como o hipocampo, associado à memória, e o córtex cerebral, responsável por funções como linguagem, raciocínio, reconhecimento de estímulos sensoriais e pensamento abstrato.
Para além dos desafios clínicos, a doença de Alzheimer impacta a vida do paciente, de sua rede de apoio e da sociedade como um todo. A maior parte das despesas com os cuidados é arcada pelas próprias famílias, o que evidencia a gravidade da carga emocional e financeira sobre os cuidadores. Em grande parte, esses cuidadores são familiares, especialmente mulheres. Além de lidar com a progressão da doença em seus entes queridos, enfrentam impactos diretos em sua própria saúde, bem-estar e produtividade.
“A Lilly continua investindo em descobertas científicas, mas sabemos que os desafios da doença de Alzheimer vão além do cuidado farmacológico. Precisamos, por exemplo, combater o estigma e levar informações confiáveis para cada vez mais pessoas. Melhorar a vida das pessoas é nosso propósito”, reforça Luiz Magno.
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