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Demissão do ministro das Comunicações reabre cobiça por reforma

Deputado Pedro Lucas deve assumir a pasta das Comunicações no lugar de Juscelino Filho, denunciado pela PGR por desvio de emendas parlamentares. Troca reforça cálculos políticos para dança das cadeiras na Esplanada dos Ministérios

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Com a queda do ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na terça-feira, o governo e o União Brasil começam a dialogar sobre o sucessor na pasta. O cotado é o deputado Pedro Lucas (MA), líder do partido na Câmara. O martelo deve ser batido com a chegada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva da viagem que fez a Honduras, para participar da Cúpula de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac).

Lula desembarca em Brasília nesta manhã e deve se reunir, nos próximos dias, com representantes do União Brasil e com o próprio Pedro Lucas para definir a nomeação. A escolha é dada como certa no Planalto e esperada para esta semana. O chefe do Executivo não demonstrou resistência ao parlamentar nem sinalizou que pretende trocar o partido que comanda o Ministério das Comunicações.

Lula conheceu Pedro Lucas recentemente, durante viagem de uma semana ao Japão e ao Vietnã. O líder do União Brasil na Câmara foi um dos nove parlamentares que participaram da comitiva presidencial, da qual fizeram parte, também, os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP); e os ex-presidentes das duas Casas Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), respectivamente.

Pedro Lucas agrada por ser da ala governista do União Brasil, além de aliado do ex-ministro da Justiça e atual magistrado do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino.

Em 2017, quando era vereador, foi indicado para assumir a presidência da Agência Executiva Metropolitana (Agem) do Maranhão, pelo então governador Flávio Dino — atualmente, relator do processo de Juscelino no STF.

Deputados governistas ouvidos reservadamente pelo Correio também aprovam o nome de Pedro Lucas. Na avaliação deles, a exoneração de Juscelino não deve ter maiores consequências para o governo, já que a saída foi rápida (o então ministro pediu para sair no mesmo dia em que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República). Há a análise, também, de que Pedro Lucas ajudará a manter um bom relacionamento com o União Brasil.

Sem manifestações

Chamou a atenção, no entanto, a ausência de posicionamentos de parlamentares sobre a saída de Juscelino. Parte disso se deve ao fato de a denúncia contra o agora ex-ministro ter a ver com a destinação de emendas parlamentares, tema sensível aos deputados e senadores.

Em geral, quando há uma baixa no primeiro escalão, congressistas — em especial da oposição — costumam se posicionar. Na sessão da Câmara, desta quarta-feira, não houve nenhuma menção à saída de Juscelino. Já nas redes sociais, a oposição se concentrou na pauta pró-anistia. Deputados governistas procurados pelo Correio também evitaram falar sobre o tema.

A troca no Ministério das Comunicações também reabriu os cálculos políticos pela reforma ministerial. Até o momento, Lula pretendia fazer mudanças apenas em pastas comandadas pelo PT, como o Ministério do Desenvolvimento Agrário, de Paulo Teixeira, e o Ministério das Mulheres, de Cida Gonçalves. Porém, o PSD, de Gilberto Kassab, aproveitou a alteração em curso para cobrar o Ministério do Turismo, atualmente chefiado por Celso Sabino, do União Brasil.

As duas legendas possuem três pastas, mas o PSD reclama do Ministério da Pesca, cujo titular é André de Paula, e cobra um assento com mais influência. Ainda não está claro como Lula vai acomodar as demandas, mas uma das opções avaliadas no governo inclui demitir Cida Gonçalves e substituí-la pela atual ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, do PCdoB. Celso Sabino assumiria a pasta e deixaria o Turismo vago para um nome de Kassab.

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Denúncia da PGR

Juscelino Filho foi denunciado pela PGR por desvio de emendas parlamentares. O órgão concluiu que ele participou de uma organização criminosa que se apropriou de recursos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco (Codevasf), que seriam destinados à pavimentação de estradas.

Em nota, a defesa do ex-ministro sustentou que o cliente não se envolveu em irregularidades. "De toda forma, o ministro reafirma sua total inocência e destaca que o oferecimento de uma denúncia não implica culpa nem pode servir de instrumento para o MP pautar o país", frisou.

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