Editorial

Nova diretriz contra a obesidade

Há uma série de questões a serem consideradas. Pouco se falou sobre os aspectos negativos da aquisição desses medicamentos. Os efeitos colaterais são relevantes

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A obesidade é, sem dúvida, um dos males do século, além de ser crônica, progressiva e recidivante. Também é porta de entrada para diversas enfermidades – diabetes, hipertensão, problemas respiratórios, cardiovasculares etc.. A Organização Mundial da Saúde (OMS) fala em mais de 2,3 bilhões de adultos acima do peso no mundo atualmente, dos quais 700 milhões com obesidade.


Em maio, médicos brasileiros e estrangeiros, nutricionistas, biomédicos, educadores físicos e outros profissionais de saúde foram apresentados à nova Diretriz Brasileira para o Tratamento Farmacológico da Obesidade, durante o 21º Congresso Brasileiro de Obesidade e Síndrome Metabólica. O documento, destacado pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), foi baseado em evidências científicas a partir de um consenso que reuniu 15 sociedades médicas do país.


Basicamente, a nova diretriz a a recomendar prioritariamente medicamentos considerados de alta ou moderada eficácia para o tratamento da obesidade – os análogos de GLP-1. E o que isso significa? Significa que as entidades médicas am a indicar, oficialmente, remédios como a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, da Novo Nordisk; a tirzepatida, do Mounjaro, da Eli Lilly; e a liraglutida, do Saxenda, também da Novo Nordisk, a pacientes obesos e com sobrepeso.


A boa notícia é que, além da perda de até 25% do peso, a semaglutida reduziu em até 20% os eventos cardiovasculares em pacientes com obesidade e histórico de doença cardíaca. Já a tirzepatida diminuiu a incidência de diabetes tipo 2 em 99% dos pacientes que estavam com pré-diabetes. Os médicos reforçaram a melhoria das comorbidades a partir de metas mais realistas, destacando que a perda de peso não funciona sozinha. É preciso individualizar o tratamento, analisar o perfil de cada paciente, verificando questões físicas e emocionais.


No entanto, na outra ponta, há uma série de questões a serem consideradas. Pouco se falou sobre os aspectos negativos da aquisição desses medicamentos. Os efeitos colaterais são relevantes – perda de apetite, dor de cabeça, náuseas, diarreia, gastrite, fadiga, dores abdominais, entre outros. Se o paciente não for bem monitorado e seguir à risca recomendações médicas (dieta e atividade física), as reações são simultâneas.


Um segundo aspecto diz respeito à falta de fiscalização de farmácias e até mesmo dos profissionais da saúde. As poucas iniciativas envolvem a Polícia Federal, que atua em aeroportos e faz algumas apreensões de canetas emagrecedoras contrabandeadas. Também não há um setor específico para verificar prescrições médicas e um aprofundamento na relação entre médicos, biomédicos, endocrinologistas, farmacêuticos e seus pacientes.


Além disso, a obtenção dessa classe de medicamentos esbarra no aspecto financeiro, já que a maioria da população não tem recursos para arcar com os gastos com esses remédios que podem variar de R$ 930 a R$ 2.400 (lojas físicas). Atualmente, nenhum deles está disponível na rede pública, mas o Ministério da Saúde anunciou que ainda este semestre começa a avaliar a possibilidade de incorporar essa categoria de fármacos ao Sistema Único de Saúde (SUS).

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