Grande BH: presídio realiza casamento coletivo de 26 casais
Em uma cerimônia ecumênica, os casais formalizaram a união em 28 de maio no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves
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Siga noUma decoração com ares de casamento no campo e trilha sonora tocada por detentos do Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, embalaram a união de 26 casais, sendo 26 detidos e suas respectivas companheiras, no último dia 28 de maio. A celebração coletiva aconteceu nas dependências da unidade prisional.
A celebração ecumênica (com elementos das religiões católica e evangélica) foi conduzida por uma cerimonialista. O cenário contou com flores, arela de madeira e altar ornamentado com tecidos brancos. A produção foi custeada pelas noivas e familiares dos presos. Não houve verba do estado para a realização do casamento.
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A iniciativa foi possível a partir dos desejos que os detentos expressaram durante os atendimentos psicossociais no presídio. De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), 120 acautelados demonstraram interesse em participar da cerimônia. Porém, após análises de documentos e entrevistas realizadas, apenas 26 foram considerados qualificados para o casamento coletivo.
Quem foi aprovado pôde oficializar décadas de relacionamento. É o caso de Rosângela (nome fictício), de 49 anos, que há 34 está com o companheiro. Quando iniciaram o namoro, ela tinha 15 anos e ele, 17. O casal tem uma filha de 29 anos e um neto de 4.
Confiante no amor, Lorraine (nome fictício), de 25 anos, não desistiu do companheiro, condenado há mais de uma década e com quem está há dois anos e tem uma filha de 1 ano e 3 meses. A jovem acredita que o amor vai fazer com que a relação seja longa. "Ele faria o mesmo por mim, viria me visitar, enviaria kits e me aguardaria", afirmou.
Os casais também oficializaram o casamento no civil em 12 de maio. A foi realizada dentro do presídio.
A unidade prisional conta com sete celas de visita íntima. Para utilizá-las, os casais precisam fazer pedido e aguardar na lista de espera.
O evento contou com apoio dos policiais penais, servidores do presídio, da Vara de Execuções Penais e do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc), além das famílias dos noivos.
A superintendente de Humanização do Atendimento do Departamento Penitenciário, Ana Paula Dolabella, destaca que ações como essa fortalecem os vínculos familiares e auxilia na reinserção social dos presos.
Para a juíza Bárbara Isadora Santos Sebe Nardy da Vara de Execuções Penais da comarca do município, o evento demonstrou o empenho dos policiais penais e servidores em proporcionar dignidade aos detentos. "Apesar das atividades diárias, ele se dedicaram a reunir toda a documentação e seguir os trâmites exigidos para o casamento acontecer", disse.
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*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice