Já ouvi, mais de uma vez, em reuniões, o famoso “vamos fazer um post que viralize”. Como se o marketing fosse isso: um truque, um botão mágico, uma campanha genial capaz de resolver, sozinha, todos os ruídos de gestão, produto ou posicionamento.

 

Mas quem vive o dia a dia dos negócios sabe: marketing não é mágica. É pensamento estratégico. É processo. É método. Ele começa muito antes do outdoor, da arte no Instagram, do e-mail marketing.

 

Começa na escuta atenta do cliente, na dúvida do consumidor, naquilo que ninguém pediu, mas todo mundo sente falta. a pelo posicionamento da marca, pelas decisões sobre produto, pela experiência de compra e de devolução, pelo atendimento, pela embalagem. É um fio que costura todas as áreas e conecta promessa com prática.

 

 

E aqui entra uma confusão cada vez mais comum — e perigosa: tratar o marketing digital como sinônimo de marketing. Não é. O digital é uma ferramenta — valiosa, sim — mas ainda assim uma ferramenta. Ele opera nos níveis táticos e operacionais.

 

Não substitui a visão estratégica, não cria marca sozinho, não resolve incoerência. O marketing se serve do digital. Mas não se resume a ele. A essência do marketing continua sendo compreender gente, gerar valor e construir confiança. E isso, meus amigos, nenhuma plataforma entrega pronta.

 

Já vi marcas investirem pesado em campanhas impactantes e colherem apenas curtidas — nenhuma reputação. Porque a campanha era boa, mas o produto era fraco. O atendimento, ruim. A logística, falha. O marketing não sustenta o que a empresa não entrega.

 

 

Do outro lado, há marcas que crescem devagar, mas com constância. A Localiza, por exemplo, não virou referência em aluguel de carros só com publicidade. Ela cresceu com processo. Com atendimento que resolve. Com tecnologia que simplifica. Com gente bem treinada. E tudo isso é marketing — ainda que não apareça no feed.

 

A Natura é outro bom exemplo. Não vende só cosméticos. Vende um discurso coerente, uma rede de consultoras valorizada, uma logística pensada para o Brasil profundo. E o marketing ali não mente. Ele traduz.

 

É claro que campanhas criativas e ousadas fazem parte do jogo. E são muito bem-vindas. Mas só funcionam quando têm base. Quando vêm depois da verdade — não antes. Marketing é método, sim. É disciplina. É escuta. É paciência. Porque construir reputação dá trabalho. E manter coerência, em tempos de pressa, exige coragem.

 

No fim, marketing é sobre verdade. Sobre entregar o que se é, com honestidade e clareza. Não sobre gritar para ser ouvido, mas sobre construir algo que mereça ser lembrado.

 

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Como disse Jeff Bezos: "Sua marca é o que as pessoas dizem sobre você quando você não está na sala".

 

E para que digam algo bom, não basta um bom post. É preciso método, coerência e paciência.

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