Paulo Guerra
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Ruas e calçadas também podem gerar energia

Tecnologias pavimentícias inovadoras podem impulsionar a transição energética

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As mudanças climáticas e a escassez de recursos tornam urgente repensar o futuro das áreas urbanas. Um dos elementos centrais das paisagens das cidades são os pisos utilizados em ruas e calçadas.

A geração e o uso de energia estão no centro das discussões sobre sustentabilidade. Embora o sol envie, em apenas 90 minutos, energia suficiente para abastecer toda a demanda humana por um ano, ainda estamos longe de conseguir capturar e utilizar plenamente esse potencial. Atualmente, cerca de 70% da energia no mundo ainda é produzida a partir de combustíveis fósseis. Por isso, ampliar a geração de energia limpa é essencial.

Uma empresa inglesa, a Pavegen, levou esse desafio a sério e criou um piso que transforma a energia dos os humanos em eletricidade. Com mais de 300 projetos em 36 países, a tecnologia ainda não foi adotada em larga escala, indicando que os pavimentos cinéticos ainda precisam evoluir.

É exatamente isso que um projeto de pesquisa da Unesp busca desenvolver. A ideia é simples: como aproveitar a energia cinética dos carros para gerar eletricidade? Os dispositivos brasileiros diferem dos britânicos: aqui, compostos cerâmicos nanométricos de titanato zirconato de chumbo (PZT) são pressionados pela agem de pneus ou pelos os humanos. Essa deformação gera energia elétrica.
O desenvolvimento desses pisos pode também contribuir para um dos grandes desafios atuais: a sustentabilidade dos veículos elétricos.

Como assim?

Se os veículos elétricos puderem ser carregados continuamente pelas vias por onde trafegam, as baterias poderão ser menores — o que aumentaria a eficiência e a autonomia, reduziria os impactos ambientais da mineração e traria outros benefícios. Além disso, quando a energia é gerada e consumida no mesmo local, as perdas são significativamente menores. Por isso, os pavimentos cinéticos podem facilitar a construção de rodovias elétricas por indução.

Suécia e Alemanha estão entre os primeiros países a testar essa tecnologia. Um exemplo é o projeto Smartroad Gotland (SRG), a primeira estrada elétrica pública sem fio, por indução, para veículos pesados, localizada na ilha de Gotland, ao sul de Estocolmo. Com apenas 1,65 km de extensão, a estrada é considerada essencial para o avanço dessa tecnologia. Desde 2022, a linha comercial Flygbussarna ou a operar um ônibus elétrico que recarrega na rodovia. Em 2023, caminhões elétricos também aram a receber carga de 100 kW enquanto trafegavam a 80 km/h.

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Embora Gotland não utilize pavimento cinético, essa é uma das apostas para baratear os investimentos, ainda altos demais para aplicação em longas distâncias. Se os custos caírem, a tecnologia pode impulsionar ainda mais a eletrificação dos transportes.

Seja caminhando, dirigindo ou transportando cargas, é provável que, no futuro, quase toda movimentação nas cidades contribua para a geração de energia limpa.

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

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