Anna Marina
Anna Marina
SAÚDE

Tratamento de transtorno da fala na infância deve começar cedo

Apraxia atinge duas a cada 1 mil crianças brasileiras. Diagnóstico é clínico e deve ser feito com o e de equipe multidisciplinar

Publicidade

Mais lidas

Pais sofrem com a dificuldade de algumas crianças para articular sons e formar palavras, que pode ter diversas origens. Uma delas é a apraxia de fala na infância (AFI). De acordo com Associação Brasileira de Apraxia (Abrapraxia), a condição, que afeta duas a cada 1 mil crianças no país, é um transtorno neurológico que influencia a habilidade para sequencializar os movimentos necessários para a produção dos sons da fala.

A criança diagnosticada com AFI tem ideia do que deseja comunicar, mas o cérebro falha ao planejar os movimentos articulatórios necessários para a produção da fala, como os da mandíbula, lábios e língua. Isso dificulta a pronúncia correta de sons, sílabas e palavras.

“No consultório, chegam de crianças que não falam até aquelas com fala ininteligível em grau variável. Isso acontece por causa de erros na hora de formar sílabas e palavras, que podem aparecer tanto nas consoantes quanto nas vogais. Muitas vezes, elas têm dificuldade para fazer a transição entre os sons, o que deixa a fala com entonação estranha e sem o ritmo natural. Os erros costumam ser imprevisíveis, o que também atrapalha a comunicação”, explica Gilberto Ferlin, otorrinolaringologista e foniatra do Hospital Paulista.

O paciente apresenta, com certa frequência, sinais de ansiedade ao tentar se comunicar e pode demonstrar frustração. Além disso, faz uso de gestos ou expressões faciais para complementar as emissões ou mesmo substituir a fala.

O diagnóstico da apraxia é clínico e deve ser feito com o e de equipe multidisciplinar, incluindo fonoaudiólogos e otorrinolaringologista com formação em foniatria.

Além da avaliação clínica, podem ser solicitados exames laboratoriais, eletrofisiológicos e de imagem, para descartar outras possíveis causas anatômicas ou neuromusculares que comprometem a fala.

O tratamento é feito por meio de sessões de fonoaudiologia individualizadas, com foco na melhora da coordenação motora da fala e da inteligibilidade verbal.

São procedimentos individualizados. Entre os métodos mais utilizados estão o Prompt (estímulo tátil para articulação), o DTTC (Dynamic Temporal and Tactile Cueing) e o Rest (Rapid Syllable Transition Treatment). Em alguns casos, o acompanhamento pode incluir terapeutas ocupacionais e psicólogos.

“Esses métodos basicamente consistem em estímulos sensoriais, prática e planejamento. O terapeuta estimula a criança a reproduzir sons de sílabas individuais até que avance para palavras, frases e conversas. Além disso, pode usar pistas visuais, táteis e auditivas para auxiliar no planejamento da fala. Ele também ajuda a criança a criar estratégias, como usar imagens, objetos ou dicas verbais”, explica Gilberto Ferlin.

O tratamento multidisciplinar é essencial para a melhora na capacidade de fala. “Importante destacar que a condição é muito individual e possui graus. Dessa forma, cada criança pode apresentar um nível de desenvolvimento diferente”, ressalta o especialista.

A evolução do quadro varia de acordo com diversos fatores, como a causa subjacente que deve ser sempre investigada (neurológica, genética ou metabólica), a gravidade do distúrbio, o tipo de abordagem terapêutica adotada e o apoio recebido pela criança em casa e no ambiente escolar.

“A participação ativa dos pais e da escola é essencial. Principalmente porque a terapia requer muito reforço e prática de exercícios específicos para a fala. Quanto mais dedicados os envolvidos estiverem, melhor pode ser o progresso da criança”, aponta o especialista.

Diagnóstico, planejamento terapêutico e início das intervenções precoces são fundamentais para um prognóstico mais favorável, afirma Ferlin. “Quanto mais cedo a intervenção ocorrer, melhores são as chances de evolução”, finaliza.

 

As opiniões expressas neste texto são de responsabilidade exclusiva do(a) autor(a) e não refletem, necessariamente, o posicionamento e a visão do Estado de Minas sobre o tema.

Tópicos relacionados:

apraxia crianca fala saude

Parceiros Clube A

Clique aqui para finalizar a ativação.

e sua conta

Se você já possui cadastro no Estado de Minas, informe e-mail/matrícula e senha. Se ainda não tem,

Informe seus dados para criar uma conta:

Digite seu e-mail da conta para enviarmos os os para a recuperação de senha:

Faça a sua

Estado de Minas

Estado de Minas

de R$ 9,90 por apenas

R$ 1,90

nos 2 primeiros meses

Aproveite o melhor do Estado de Minas: conteúdos exclusivos, colunistas renomados e muitos benefícios para você

Assine agora
overflay