Nos áureos tempos da minha vida, o dia que eu mais gostava era o sábado. Estava com minha semana fechada e tinha como programa encontrar meu marido e os amigos, a turma da cerveja, e depois almoçar. Sem pressa, no correr da tarde. A cerveja, ou o chope, era sempre no Bar do Primo, onde uma turma muito boa aparecia sempre. Uma das presenças ocasionais era a do então governador Hélio Garcia.

 


Numa das vezes em que o Hélio apareceu, levava um bilhete enfiado no bolso de trás da calça. Como achei que devia ter sido entregue por seu amigo e ajudante de ordens Yeyé Batista de Oliveira, que sempre comprava bilhetes premiados, tentei roubá-lo. Ele percebeu e eu quis saber se o bilhete havia sido mesmo comprado por Yeyé, meu amigo de muitos anos, que já se foi.

 


Bons tempos aqueles, quando a amizade ainda valia e tinha valor duplo nos botecos da vida. Assim como aconteceu com Yeyé, perdi um monte de amigos, que vão sendo aos poucos substituídos – mas por parentes, e em minha casa.

 


Aliás, quase me esqueci: lá pelas onze da manhã, íamos à feira de antiguidades na Praça da Liberdade, onde eu sempre encontrava algumas peças raras. Íamos tanto à praça e bebíamos tanta cerveja que consegui dois milagres. O primeiro deles foi a chave do quiosque do centro da praça, que tinha banheiro para os jardineiros. O segundo foi o banheiro público instalado pelo Hélio Garcia, de tanto que pedi e reclamei.

 


Só depois da praça é que íamos ao chope com amigos. Após colocar a prosa em dia, partíamos para o almoço, quase sempre no Dona Derna, que funciona até hoje e oferece comida magnífica, com preços altamente convidativos. Nossa presença era tão constante que tínhamos mesa cativa à nossa espera.

 

 

A lista dos 100 melhores restaurantes do Brasil, publicado anualmente pela revista Exame Casual, tem como objetivo apresentar um panorama da gastronomia do país através de endereços que se destacaram nos últimos 12 meses. Nesta edição, entraram nove restaurantes mineiros, sendo oito de Belo Horizonte e um de Tiradentes Victor Schwaner/Divulgação
Em 58º lugar, a bodega moderna Gata Gorda, da chef Bruna Martins, duplamente citada na lista, une Brasil e Espanha em uma seleção criativa de tapas Victor Schwaner/Divulgação
Em atividade há 11 anos, o Birosca, casa mais de Bruna Martins, mistura clássicos mineiros com influências do mundo todo, alcançando a 42ª posição Victor Schwarner/ Divulgação
A experiência da Degustação Guiada de Queijos Mineiros é um dos diferenciais do Trintaeum, que chegou ao 57º lugar Victor Schwaner
O único restaurante mineiro que não está em Belo Horizonte é o Tragaluz, de Tiradentes, no Campo das Vertentes, que atualmente está sob o comando do chef Felipe Rameh. ou da 34ª para a 98ª posição nesta edição Luiza Bongir/Divulgação
Um dos mais conhecidos restaurantes de comida mineira de BH, o Xapuri, de Flávio Trombino, em 67º lugar, oferece em um ambiente de fazenda mesa farta e tradição Qu4rto Studio/Divulgação
Outro restaurante de Leo Paixão que aparece na lista, em 88º lugar, o Ninita mistura Itália e Minas Gerais em uma homenagem à bisavô do chef, Ninita Rubens Kato/Divulgação
Instalado no Mercado Novo, o Cozinha Tupis, de Henrique Gilberto, serve no balcão pratos que contam a história de Belo Horizonte. Com essa gastronomia, chegou à 60ª posição Acervo Pessoal
O restaurante mais bem colocado entre os mineiros é o Glouton, de Leo Paixão, que abocanhou o 18º lugar com uma cozinha autoral contemporânea Rubens Kato/Divulgação
Na 38ª posição, o Pacato, de Caio Soter, mostra como a cozinha mineira pode se modernizar, sem deixar de lado os ingredientes mais tradicionais, como porco, milho e verduras Victor Schwaner/Divulgação


Na época em que eu não podia beber cerveja com álcool, tinha sempre cerveja sem álcool para me servir. O que era um espanto para muitos. Com a manhã de sábado cheia de conversas e cerveja, íamos para casa dormir o sono dos justos.

 


Tenho perguntado a um ou outro amigo o que restou daqueles tempos. A resposta é uma só: nada. O que existe hoje são mesas de uísque em bares de bairro, com seis ou sete presenças, e retirada coletiva para o almoço em casa. Uma tristeza só.

 


De vez em quando, surge a feijoada que reúne todos, mas não como antigamente. Outra coisa que deve ser lembrada: a maioria dos participantes daquela turma da “leveza sabatina” já se foi. Poucos restaram. E esses poucos, por causa da idade, preferiram aderir ao uísque, que é mais “formal”.

 

A caipirinha é um clássico do Brasil. A de limão, uma das mais amadas, é feita com cachaça, açúcar e limão. Drinks Cervejeiros/Divulgação
O Aperol Spritz é um dos drinques do momento no país. Bem refrescante, ele leva Aperol, espumante seco, água com gás e é finalizado com rodelas de laranja. Victor Schwaner/Divulgação
O Cosmopolitan, destaque na série Sex and The City, é feito com vodca, cointreau, suco de cranberry, suco de limão e finalizado com uma fatia de casca de laranja Studio Tertúlia/Divulgação
O Manhattan leva uísque, vermute tinto e angostura. É finalizado com uma cereja em conserva. Graeme Maclean/Flickr
O Dry martini, favorito de James Bond, leva gim e vermute branco seco. É finalizado com azeitonas. Victor Schwaner /Divulgação
O Old Fashioned é um dos clássicos mais amados mundo a fora. Leva uísque, xarope de açúcar, água e bitter de angostura Denys Gromov/Pexels
O Negroni, um clássico para quem gosta de amargor, é feito com gim, vermute tinto e campari. Pode ser servido com uma casca de laranja. Laura Brina/Divulgação
O Mojito é um drinque refrescante e de fácil preparo. Ele leva rum branco, folhas de hortelã, suco de limão, xarope de açúcar e água com gás. Victor Schwaner/Divulgação
Conheça drinques clássicos no Brasil e ao redor do mundo Victor Schwaner/Divulgação
O Daiquiri é outro clássico e leva rum branco, suco de limão e xarope de açúcar James Milstid/Flickr
O Whiskey Sour, mundialmente conhecido, leva uísque bourbon, suco de limão, xarope de açúcar, bitter de angostura e clara de ovo. Reese Lloyd/Flickr

 

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